05/12/2005

O mistério transborda, transforma-se em enxurrada, apaga o rastro e arrasta consigo os fragmentos dos meus ossos. As manhãs de Setembro continuam muito frias, e flutuam em seu envoltório de sobrenatural, crisálidas encerrando a voracidade da posse. Os [prédios de gelatina confundem-se com o horizonte e atraem meus passos para o indecifrável, para a quantidade de enigma presente no teu olhar, e que escorre pelas mãos, invadindo o ar que respiro. A armadura ainda ensanguentada, levanto-me, para continuar a caminhada em tua direção, estátua de sal eternamente à minha frente, absorvendo toda a [luminosidade do mundo, monte de signos de todos os acasos incompreensíveis, anunciadora da queda infinita. (...) WILLER, Claudio. Dias circulares.

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