09/12/2005

Tinha um menino que morava numa casa de arcos. Ao fundo da casa subia um muro de pedra e nas reentrâncias deste geravam-se bichos.
Um dia o menino e seu amigo venceram o medo e capturaram uns ovos abandonados por um desses bichos então desconhecidos, que deveriam ter saído para caçar. Pequenas bolinhas brancas, pareciam naftalina. Partilharam: três ovos para cada um, antes de o amigo ir embora.
O menino rolava as três bolinhas na mesa de madeira, quando se lembrou do que vira num programa de TV: as pessoas viam os bichos que nasciam dentro do ovo, se colocado contra a luz. Correu para seu abajur.
Quando acendeu a luz, o menino pôde vislumbrar um futuro de sucesso. Seria famoso, pois descobrira, ele com apenas sete anos de idade, um tesouro. O mundo precisava saber que ele descobrira dinossauros em Atibaia. E ele precisava ganhar muito dinheiro com isso.
Mal dormiu naquela noite e no dia seguinte avisou à mãe que ia comprar figurinhas na banca. E caminhou sonhando com sua glória.
Ao chegar ao museu da cidade, retirou cuidadosamente a sua preciosidade do saquinho de papel e perguntou, importante, para a senhora responsável quanto ela lhe daria por aqueles ovos de dinossauro.
Dizem que sou um cara criativo. Se eu for, debito parte da causa àquela senhora responsável pelo museu, pelo fato de ter me dado o equivalente a três reais pela descoberta, ela que se emocionara com meu sonho, quando podia ter me tesourado e me enxotado de lá com meus ovos de lagartixa.

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