03/07/2006

peitos? sua satisfação era abraçar apertado pra sentir esmagadinhos no botões do jaleco. todo dia, beleza americana, praguejava e cuspia marrom, como o leproso ao lado da casa de donana. Aquele cheiro de pobreza extrema lhe dava medo, fumaça úmida de terra e café fervido. tinha medos e lembrava sempre da primeira revista, esfarelada sob a pedra, dos moleques maiores. depois de trinta e cinco anos, pudera, aqueles bicos lhe eram picos. À noite a cabeça ia pro meio das pernas, curvado, sentado na cadeira solitária, luz amarela, choro. martini enquanto os trocados davam, antes da pinga. Havia matado aqueles homens todos, por que a sensação de regozijo insistia em crescer junto com suas unhas e cabelos? Queria culpa e pensava horrores, não queria pregar o olho, pois quando dormia virava um deus. Persignava-se ao ler a palavra nietzsche. quando delírio, escrevia-a com o dedo em letras enormes no ar eeeeeene iiiiii eeeeeee teeeee zzzzz sono. acordava dobrado, beleza americana, atrasado, bom dia senhor, os relatórios estão prontos.

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