24/12/2007

A cidade está calma, a temperatura agradável, uma brisa leve entra perto do meu braço direito, passa por mim e derruba um pouco mais rápido as cinzas do incenso. Meu pai está (pausa) (ia dizer longe) (ia dizer perto) meu pai está aqui, de alguma forma. Meu cãozinho me traz preocupação. Eu não estou triste, eu estou em paz. Minha mulher está assistindo TV, o horário de verão deixa o céu ainda claro, minha barba está por fazer. Meus sogros virão jantar, minha mãe veio para São Paulo, meu irmão gostou do e-mail, minha irmã cuida de dezenas de crianças, as freiras capricham na ceia. Muita coisa está por fazer, profissional e academicamente. Muita decisão está para ser tomada, mas nesse momento eu apenas sinto a calma. Fico feliz sem motivo, a consciência do que se passa. Procuro uma visão geral, ela é assustadora, o planeta está desequilibrado, o sistema político está desorganizado, o sistema econômico oprime. Ouvi de meu amor que falanges de bons espíritos chegam à Terra e minimizam o sofrimento, ainda que bem pouco, nessa data. Ouço muitas coisas boas de meu amor, preciso talvez falar um pouco mais. Mas hoje não vou me preocupar, hoje eu vou sentir a paz e a calma e a harmonia. A brasa vive e o cheiro é bom. Aceitarei o convite de Thaís, jurubeba, intimamente já aceitei, vamos ver no que dá. Agora deu vontade de dar alguns telefonemas, alguns de vcs se lembrarão desse momento ao lerem. A todos vocês, Feliz Natal.