12/12/2004

Tá cedo pra falar de Natal, então

que venha o futebol. Calma, golbery. Vê só:
Eu era bom de bola quando tinha 10 anos e jogava com o meu primo e o filho da cozinheira, ambos com 07. Mas eles cresceram, viraram médico e traficante, respectivamente e, ao menos o meu primo, melhorou deveras o seu futebol. O outro, não vi mais, mas deve jogar melhor que eu, o que não é difícil, nos dias atuais.

Quando tinha 11, fui treinar futsal, então chamado futebol de salão, mesmo, no glorioso Clube XV de Agosto. Tubarão era o técnico. Disse pra mim assim: madureirinha ainda infante, vai catar no gol. E veio a primeira bola, gol. A segunda, gol. A terceira, eu apaguei. Uma bolaça no meio do nariz, acordo com o Tubarão estapeando a minha cara e a molecada gargalhando. Quando vc toma uma bolaça no meio do nariz, é estranho, mas a dor tem gosto. Em todo caso, não recomendo experimentar. O tubarão elogiou a minha garra quando disse que ia continuar catando, mas veio o quarto chute e, minutos depois, eu acordava com o grupinho em volta de mim, agora assustado, o Tubarão, branco (ahaha, saiu sem querer), eu acabara de tomar uma bolaça no meio do saco. Nunca mais catei no gol.

Quando tinha 15, eu tentei o basquete. Tenho 1,70m, segundo o Exército Brasileiro (todas as demais instituições e médicos dão-me 1,69m, os mentirosos) e não é difícil vcs imaginarem meu insucesso. Mas cheguei a ser um razoável armador, treinando já no Elefantão de Atibaia, pelo time mirim, ou pré-mirim, não lembro, quando surgiu o sabotador chamado golb.

O golb era bom de bola (ainda é, golb? desafio!). Quem ganhava no dois ou um sempre o escolhia em primeiro lugar (mais uma prova: eu era sempre o último). Mas era muito ruim no basquete. Então o caminho lógico era esse: Golb, Otávio, Shinoda, Milanello, Eu, Ferreirinha (outro sabotador, desgraçado, que jogava bem) no Elefantão, PARA JOGAR BASQUETE e lá vinha o golb, no que era apoiado imediatamente por Ferreirinha: ah, vamos começar jogando futebol, não sei quê, e quando viu, já era o futuro promissor do pequeno grande armador atibaiense.

Não gosto de jogar com quem não seja estritamente meu amigo, o que me fez dar incontáveis balões quando, mais velhos, todos combinavam jogar no mesmo Elefantão e eu furava.

Eu não sei petecar, cabecear, matar no peito, minha esquerda é nula, não tenho velocidade, não sei chutar com efeito, não calculo bem a direção e a intensidade do chute. Ainda assim, saio driblando que nem o Grafite (que não sabe driblar), cruzo que nem o Cafu (não precisa nem falar) e chuto que nem o Juninho Paulista (alguém lembra de um mísero gol dele, ou alguém se lembra dele?). Eu sou basicamente o Mário Tilico, sem os gols espíritas. Mas o meu problema é que adoro futebol e, ultimamente, tem voltado meu desamor próprio que me impele a querer jogá-lo. Vamo aí, golbery e ferreirinha?

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