09/02/2005

eu vi discos voadores!

A minha mulé disse que não era, mas não sabe explicar o que foi, então.
Saí de casa pedindo desculpas pra ela, por ter escolhido são thomé das letras pro feriado, culpa influenciada pelo golb e os demais que ficavam mudos do outro lado da linha, quando eu lhes dizia o meu destino carnavalesco.
Os duendes já desviaram nosso caminho em Três Corações. Quarenta minutos depois de circular por TC e cinqüenta segundos após abastecer a 1,86 o litro de álcool, lá estava o Michael Jay atrás de um corcel II a quarenta por hora, de novo rumo a São Thomé.
Em lá chegando, dez da noite, chovendo desarrazoadamente (desculpa, gente, deu vontade dessa palavra), caço um a um os orelhões da cidade, todos mudos para a pousada, que fica na zona rural (9 km). Peço pra discar de duas lojas de produtos esotéricos, mudos, mudos. Arrisco seguir sozinho, quer dizer, com a pequena multidão formada por mim, minha mulé, Luis Góes, Michael Jay, Almir Sater, Jack Johnson, Nando Reis, Michael Stipe e os outros três, Bono e os outros três, Milton, Gil e outros tantos. Já na metade da “serrinha” abaixo imagino o chifrudo sentado na pedra, de tanto que a gente desceu. Não tinham fim a descida, as pedras soltas e a lameira. A mudez da minha mulé me intrigava, mas como todas as hipóteses me eram desfavoráveis, deixei quieto.
Depois de descer a “serrinha”, era só virar no bar do Johnny e andar mais uns seis quilômetros. Passa o bar do gordo, o bar do Guedes e, no momento em que já visualizava o sr. Johnny Guedes, bem gordão, finalmente encontro o bar certo, torno léfti e: um fusca com as portas abertas interrompia a passagem. O neuroticão da capital, aqui, já imagina o rapa sendo dado no Michael Jay, encapuzados disputando os biscoitos de polvilho, vem um carro quase sem farol e me impede a marcha ré. O pensamento de tô fudido me abandona quando vejo que as ocupantes do fusca não usavam capuz e eram uma senhora e uma menininha, me avisando que: estava tudo alagado logo à frente, mas que ficássemos tranqüilos, elas já estavam há uma hora ali e mais outra seria o suficiente pra podermos passar pela ponte inundada. Ponderou que minha bateria iria pro saco se eu continuasse com o inútil farol alto aceso. Dividi os biscoitos de polvilho com ela, a menininha e o seo Luiz Cláudio, o suposto encapuzado que me impedia a ré. Voltei pro carro, desliguei o farol e vi mais de dois discos voadores. É sério.

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