10/02/2005

o meu carro subiu a ladeira sozinho!

Ó o resumão: o primeiro dia, de chuva, gastamos conhecendo a cidade, comendo nos restaurantes indicados, perguntando o preço de tudo no centrinho (minha mulé me cerceia, não me deixou comprar o chapéu de couro de 50 reais, pechincha). Dei carona pro primeiro hippie (vários outros ingressariam no Michael Jay), que me deu uma aula de Direito Ambiental e cidadania, jamais subestime um aspecto espeleozen. Li meio Chico (Benjamin, bom tamém), experimentei Juízo... Dia seguinte, gruta, roda de meditação no útero da gruta, cachoeira, no início bem tranqüila, após transformada por adolescentes fantasiados de malucos ostentando garrafas de martini e gordas de coque comendo milho enquanto desciam os degraus naturais (deu muita vontade de gritar, mas só vou fazer isso agora: POR QUE VCS NÃO LARGAM O MILHO, CARAMBA!!! É SÓ UM MILHO!!!!). Segunda cachoeira, só o nosso grupo, show de bola. Volta pra pousada pra comer o almoção show da Vanair, no fogão de lenha, com direito a sobremesas e café meu preferido: o da meia da vó. Conversa com as pessoas, já formamos uma turmona, só que espontaneamente, nada de o guia perguntar de onde cada um é, pra então arrematar com um meritíssimo “sejam amigos”. À tardinha, trekking até o caldeirão da bruxa, vista linda, linda. Melhor eu fazer outro post só falar das pessoas que conheci, com o meu ranking de afinidades, cercado por remorso, pois no fim todos eram legais. Terceiro dia, mais duas cachoeiras e pôr-do-sol no cruzeiro, um dos mais bonitos que já vi, téti a téti (que é isso?) com o da Bela Vista, em Help City Paradise. Após, pizza na pedra, encontramos casualmente o Tomás, no post específico das pessoas eu falo sobre ele, agora conto que parlamentamos sobre o misticismo de Guimarães Rosa, estrutura interna do IBGE, Direito do Turismo, carências do povo brasileiro, como cada qual conheceu sua respectiva esposa, a história do Brizola, carros antigos, ambos adoramos o DKW, Vemaguete, timidez, expressão verbal, oratória, a poesia de Manoel de Barros, histórias de terror, os planos de viagens futuras, causos de viagens pretéritas, Golpe de 64, blues, rock, mpb, mais rock, Crossroad, Robert Johnson e pactos, amizade irmã com os caras do KMD5, que mudaram de nome pra fazer sucesso como O’Rappa e tantos outros assuntos, que resolvi com isso contar um lance de São Thomé (ou seria o segundo dia do Juízo?): aquela cidade te solta a língua e, até eu que sou timidão, falei com todo mundo pelos cotovelos, joelhos e tornozelos, como se estivesse postando. Só pra encerrar (teve um monte de coisas mais), mas sim, me avisaram e eu não acreditei. Deixei o carro no ponto morto e desbrecado, no plano. Dizem que a Física Quântica explica, só sei que ele foi puxado pra trás e seguiu por uma subidinha, sozinho, era a ladeira do Amendoim. É sério!

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