19/07/2006

Banho checo

Ahhhhhhhh mas vavavá! Retiro o que disse quando um dia disse que gostava das novelas do Maneco, que o cara era realista, cotidianista, verdadeirista. Gos-ta-va. O veio pirou o cabeção, tá tomando ácido em rave, comprou o pacotão Sexytime + SexyHot + Playboy TV + Telecine Action Sessão Erótica. Ou então caiu do caminhão de verduras e bateu a cabeça no meio-fio, enfiou o dedo na tomada, mudou a temperatura da água do chuveiro elétrico sem calçar as chinelas de borracha. ONDE JÁ SE VIU? Na Grobo, nove da noite é onde já se viu. Primeiro aquela humilhação da eterna italianinha pelada. Ovo frito, não. Ovo estalado, se é que isso existe. Só o que deu pra ver de volume foram duas bicueras apontando pro horizonte. E lá, no horizonte, a atuação expressiva de caixa eletrônico do Edson Celulari. “Eu estou subindo pelas paredes, Olívia...”. Sobe, lagartixa, sobe que eu te mato com as chinelas de borracha. Se o autor da novela não tem, eu tenho. “Uma, duas, quinze, vinte vezes, até dormir dentro de mim”. Ahhhhhhhhhhhh mas vavavá outra vez! Vavavá duas, quinze, vinte vezes! Pra completar, o depoimento da véinha sacana que “acordou sem calcinha e com as pernas arriadas, toda babada”. Aí vem a Lília Pedro Alvarez Cabral mostrando o dedo do meio, a menininha filha da magrela-cara-de-louca vomitando porque a mãe não quer que ela engorde, a prima querendo dar a alma e os silicones pro primo, a outra lá se lavando por uma hora e meia no chuveiro depois de dar tudo menos a alma pro Osnar.

Juro, pensei que já tivesse visto de tudo nessa novela em menos de uma semana. Pensei que já tinha dado o que tinha que dar, que fosse só empolgação de primeiros capítulos. Mas não, quando eu penso que as coisas vão se ajeitar e o Maneco vai voltar à Terra, eis que dou de cara com a Natália do Valle dando banho no José Mayer, o cara que não sabe beijar sem lamber a cara da mulher inteirinha:

- Vem cá, deixa de ser envergonhado. Vira a bundinha pra eu te lavar.

Ele virou. E, acreditem: eu ouvi o barulho de checo checo checo que aquilo tudo causou.

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