09/10/2006

sabrina sem bigodes

O que se pode fazer quando um pensamento da sabrina sato te faz mais sentido que uma obra inteira de um filósofo consagrado do século XIII? Inteligência, tenho lido, no XXI, é selecionar a informação. Se a sabrina sato tivesse bigodes no século XIII e pudesse ter veiculado a sua declaração, como de fato veiculou semana retrasada, teria revolucionado o mundo (esqueçamos que ela provavelmente leu alguma citação na revista sobre algum livro que falava de um pensamento freudiano, o que importa é que eu sintonizei a estação e ela falou pra mim, dentre milhares de pessoas). Porque a sabrina sato não seria propriamente uma austera clériga e a disseminação de sua idéia acabaria com a graça da Igreja, que insistia em sonegar a bola de capotão novinha que tinha afanado dos gregos, pra deixar a molecada da rua olhando de longe Ela brincar de gol a gol, agostinho e tomás se revezando secularmente na área com mais capim.
Fato é que a sabrina sato só distinguiu pessoa, persona e personagem onze séculos depois, às vinte pra uma de uma tumultuada castelo branco. Na bibliotequinha acanhada da secretaria se apertavam mais livros do que os liberados no Renascimento, o programinha do computador talvez contasse com mais informação do que um gordo burguês da revolução francesa. Um outdoor, dentre as centenas que o Kassab vai proibir, mas que me poluíam o olho direito enquanto eu ouvia sabrina sato, já na marginal pinheiros, talvez ocupasse uma legião de cruzados pra ser erigido no meio da praça. E daí a sabrina falou o que eu estava precisando ouvir, pra me dar conta e melhorar a minha vida. Tá bom que é curto prazo, tá bom que dali a pouco eu vou e esqueço, mas é lícito dizer que sabrina sato me foi mais relevante, início de tarde desses, que o pensamento escolástico e sua bola de capotão.

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