07/02/2007

Sobre Oscar e Pimentões

Ressabida minha clássica divisão entre filmes, os roliú e os filmes de gota, reafirmo gostar de ambas as categorias, malgrado o apedrejamento preconceituoso a que me acostumei a sofrer.
Dentre os roliú, gosto imensamente de alguns e, como não tenho olho técnico pra falar ohhh, a fotografia, ohhh o roteiro, sobra-me o olho engajado pra praguejar 'ohhh, americanaiada filha das puta, vcs pensaram que iam me enganar dessa vez'. Pq pra mim filme de roliú serve como auxílio pra relembrarem nosso inconsciente sobre quem é que manda, de fato, ainda que a gente se envolva com as suas historietas, por vezes.
Por outro lado, pimentões são um bom prato, mormente se recheados com um gostoso picadinho e, ainda mais, se preparados com amor e carinho.
Alguns roliús são capazes de me fazer esperar na fila da pré-estréia trajado de mr. white. Tarantino quer que o resto do mundo se foda, talvez pense que dominá-lo deva dar muito trabalho, melhor mesmo é mostrar a harmonia e beleza dos dejetos, tais como os ciscos, latas de um Manoel de Barros, noutro contexto (aliás, desculpaí o imbróglio, mas eu queria ter escrito "Eu não sei nada sobre as grandes coisas do mundo, mas sobre as pequenas eu sei menos". Salve, mestre Manelzão).
As pessoas possuem funcionamento metabólico diferenciado. Feijão causa gases em alguns, enroscam nos dentes de outros, em chiques sorveterias. Referido grão, felizmente, não me causa
tais transtornos, porém não posso dizer o mesmo dos pimentões, sobretudo à noite.
Babel não é um filme cool do tarantino, nem é um filme democrata, como os do roger moore. Não me pareceu ser um mea culpa aguado e, para minha surpresa, não posicionou a família pitt como vítimas de um resto-de-mundo incompreensivelmente hostil. Por trás da velha anedota da borboletinha que bate as asas em Batatuba e causa um furacão em Kioto, a americanaiada, dessa vez, parece que finalmente se sentou à mesa do boteco pra conversar. Ou então fui direitinhamente enganado.
Da mesma maneira que posso ingerir quilos de feijão e mantenho a compostura, tenho certeza que um pimentão recheado com carne, amor e carinho caiu maravilhosamente bem no IpoDI. E nisso o post vira um mea culpa aguado.
Torço por Babel e glorifico as mulheres que cozinham com carinho, como as madureiras, misême incluída. Bom dia a todos.

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