10/07/2007

sensação de perigo, tristeza, medo e, pasmo!, alegria que dá ler essas coisas. tudo meio que um sonho, tudo cheio de reticências, embora as palavras badalem tão exatas, por vezes austeras, por vezes cruéis e curiosamente sempre doces, como uma rosa rubra embebida em soda limonada. Rainha da contradição, senhora do impossível. Assim leio tuas letras, tão cabentes em São Thomé, seriam. Desculpaí, vou me apropriar desses sonhos e respondê-los, na medida do possível. O máximo que minha inofensiva megalomania pode causar é um 'xé, coitado' acompanhado de um menear de cabeça pros lados. Minha cara francesa se acha tal e qual o ator cujo nome acabo de esquecer. Jacque Villeneuve, Le Pen, Papin, Montesquieu, Michelin, caramba, vou lembrar. Jacque Custeau, Mirabeau, Cezanne, como chama aquele raio daquele ator? Exupery, JEAN RENO, como se pode constatar, numa acalorada discussão de alguns meses atrás. Em suma, minha cara francesa é a de Jean Reno, deve ser isso que tiveste em mente.
Nesses teus posts tarantinos eu pude verificar quatro momentos: por volta de 1993, quiçá antes; 1998; 2007 e 2008. Me gusta muchísimo comparar-me comigo mesmo, mas é com certa melancolia que digo não haver mudado muito, nesses aspectos difusos que são postos à baila. Sou apenas um cara com mais de 32 anos-dentes, pouco confiável, porém quase um gavião, de tão fiel (écati, desculpaí pelo écati, bronzeria). Aliás, nesta seara odontológica, as coisas que minha megalomania lê sobre mim soam-me como um dente do siso intempestivo.
Aceito com alegria esse cartão ferino. Dez anos. Tanta coisa, quase nada.
Eu não quero ser um fantasma. Quiçá um saci, vá lá. Fantasmas são tristes, sacis dão nós em crinas, zoam o barraco no sítio e, sobretudo, pitam.