A frog in my throat

Tem sensação pior do que ficar "entalada"?
Sabe quando tem um sapo dentro da garganta, coachando dentro de você, mas você não consegue cuspir pra fora?
Pior que se arrepender do que se disse, é se arrepender do que "não se disse".

Todo dia eu me olho no espelho e prometo a mim mesma que serei mais ponderada, menos impulsiva, que pensarei antes de sair vomitando tudo o que me dá vontade.
Tento, sinceramente, seguir minhas insider-metas, e sinto-me melhor quando consigo cumpri-las.
Então, de fato, eu vinha segurando meus impulsos verborrágicos e estava profundamente satisfeita com meu sucesso. Já estava quase barganhando umas notinhas a mais no dia do juízo final: -Ô Seu Deus, eu me esforcei, veja que naquele dia eu podia ter mandado todo mundo pra PQP, e me contive...

Até que todos os impulsos, insider-metas, verborragias convergiram para aquele momento. AQUELE único momento em que eu NÃO PODERIA TER SEGURADO MEU IMPULSO. O momento X em que, como aluna crítica de mim mesma, deveria ter questionado a auto-orientação, a ponto de infringi-la.

Eu deveria ter falado, e não me resignado, como o Brasil, que ficou assistindo passivo a França tomar conta.

Enfim, preciso de um aviso interno que me faça distinguir o impulso bom do impulso ruim.

Mas não. Eu me contive. E talvez eu tenha estragado tudo.
Agora só me resta engolir um copo d´água e tentar botar o sapo prá dentro. Talvez com Hellmans, quem sabe...